quarta-feira, 18 de abril de 2012

Parte 8

18 de abril
18:30


Foi outra noite daquelas! Cada uma que passa parece pior.


Desta vez Luiz cumpriu a função de sonambulo. Os outros rapazes e eu ficamos surpresos quando, acordados de súbito por um barulho no cômodo de baixo,  o vimos parado à porta do quarto, aparentemente olhando para a janela, com o olhar perdido. Uma chuva torrencial caia, e em certo momento um relâmpago iluminou seu rosto, que parecia perdido e distante.


Tentamos chamá-lo, em vão. ele virou-se de súbito em direção ao corredor e desceu as escadas. Fomos atrás dele. no andar de baixo, as meninas olhavam ao redor, jurando terem ouvido pessoas caminhando e discutindo.


Ou estamos ficando todos loucos, ou realmente há algo estranho por aqui. Ao mesmo tempo em que estou animado, não posso negar que fico um pouco ansioso com essa situação. Afinal, estamos sozinhos e isolados aqui, no meio do nada, loucos ou brincando com espíritos, ou sei lá o que.


Quando Luiz, finalmente, se deitou em um puff que ficava na sala de estar improvisada e pareceu relaxar, lá pelas 3 da manhã, voltamos para nossas camas. A casa voltou a ficar silenciosa.


Acordamos com um sol forte atravessando a janela. Era 9 horas da manhã, e eu estava exausto por conta das noites mal dormidas e dos dias longos de trabalho e andanças por aí. O pessoal também estava um pouco cansado, com exceção de Luiz. Perguntei a ele se lembrava de algo, mas ele disse que não, assim como a colega de sonambulismo. Além disso, ele disse que nunca fora sonambulo, assim como Luíza.


Ainda me esforço a acreditar que tudo não passa de fatores biológicos e psicológicos, estimulados pelo ambiente ao qual não estamos acostumados. Só acho que, depois de 5 dias aqui, já deveríamos estar nos acostumando. Bem, vamos ver o que nos ocorre nos próximos dias. Ainda temos muito o que fazer aqui, e não podemos mais perder tempo, afinal, se nos jogamos na chuva, deveríamos ter em mente que iriamos nos molhar.


Tomamos café e saímos, com um mapa velho e uma pasta com anotações em mãos, e fomos caçar os "pontos quentes" da ilha.


Apelidamos como pontos quentes aqueles locais onde, segundo relatos, há forte presença de atividades paranormais e/ou algum histórico de acontecimentos precedentes a elas. A pasta, a qual me referi a pouco, possui uma boa quantidade de relatos, historias, cartas, partes de livros e até desenhos que foram feitos em homenagem às historias deste local. Alguns relatos, do povo que reside próximo à costa no continente, e estão acostumados com certas historias, informam, inclusive, pontos da ilha onde certas coisas podem ter ocorrido, e alguns até nos mostraram no mapa.


O turismo na ilha sempre foi proibido, por se tratar de um local protegido desde a época em que foi desabitada. Ela sempre foi temida pela população, portanto era muito difícil ser visitada. Mas de vez em  quando um ou outro resolvia vir aqui só por diversão. Até que, alguns anos atrás, estes "visitantes" esporádicos vinham, mas não voltavam. Não foram muitos, acredito que três ou quatro, mas foram suficientes pro pessoal sequer querer chegar perto daqui.


E cá estamos nós, neste lugar maravilhoso, sozinhos e isolados, não é ótimo?!!! haha


Eu estava lendo estes relatos na pasta, enquanto caminhávamos para o primeiro ponto quente: O círculo de magia negra!


Se achávamos que aqui só teríamos contos de almas penadas andando com correntes, estávamos enganados! isto aqui é o tesouro dos mistérios. O documentário vai ser fenomenal, e meu livro um sucesso! espero poder ter algumas fotos para colocar nele!


Em seguida vou relatar a historia e o relato da visita.



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